quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A decisão do Arcanjo

A decisão do Arcanjo



Há épocas mitológicas que o nosso mundo tem entrado em erupção e para que isso mude foram inventadas novas regras nos céus.
O mundo que parecia estar de cabeça para baixo desde que Lúcifer, o anjo Querubim rebelou-se contra o próprio pai, será que seria possível que isso acontecesse novamente?
Deus nunca mostrou sua verdadeira face, apenas a sua voz soava as mensagens divinas no “Paraíso Supremo”, onde reúne cada anjo para passar os seus deveres, mas...

- Pai. – ajoelhou-se, era o arcanjo Michael (Miguel), o líder dos arcanjos. O mundo criado por ti está em erupção novamente.
- Porque se preocupa meu filho?
- Mas pai, o senhor passa o tempo todo despreocupado. Gostaria de saber o porque?
- Michael. Vejo que algo o machuca. A minha criação não é diferente de vocês! As pessoas lá embaixo pensam da mesma maneira, estão tentando me entender ao invés de viver. Muitas pessoas matam se entregando da mesma maneira do orgulho de... como pedi a todos vocês, este nome jamais deve ser mencionado aqui!
- Então porque todo o sofrimento?

Houve um silêncio durante um tempo.

- É tudo meu filho?
- Parece que nem nós, os anjos, “sua mais bela criação”, somos capazes de entendê-lo!

Michael saiu de cabeça baixa sem fazer qualquer comentário.

- Você entenderá meu filho! – a voz de Deus é tão graciosa e confiante que o líder dos arcanjos sorriu, pois pensou que estava perto de descobrir a verdade.

No jardim de Éden estava Gabriel e outros anjos que comandava.

- Olá Michael, conte-me como foi?- aproximou-se dele se distanciando dos outros anjos.
- Ainda estamos sem respostas, mas desconfio que seja o ato do Apocalipse.
- Apocalipse? – indagou o mensageiro. – Está me dizendo que a erupção pode ser ativada?
- É, mas esse é o meu pensamento. Não vá contar para ninguém.
- Por isso que somos líderes! – sorriu.
- Obrigado Gabriel! Vejo que posso sempre contar com você.

Como em uma empresa de trabalho em nosso mundo, no céu os anjos também trabalhavam cuidando de todos os seres humanos existentes, cada anjo com a sua obrigação.
As coisas não eram mais como antes e a violência só aumentava, o número de mortos subia a cada dia, a tragédia se espalhava pela Terra.
Michael resolveu sair dos céus, desobedecendo as leis divinas para saber o que estava acontecendo. Aquele era o ano de 2022, onde terremotos, tsunamis, vulcões em erupção... estavam devastando países. Será que Michael se rebelaria contra o próprio pai?

- Espero que me perdoe pai! Mas precisava proteger o que tanto ama!

Enquanto flutuava pelos céus, uma voz o aconselhava a voltar antes que fosse tarde e assim foi feita a sua vontade, Michael retornou aos céus se dirigindo ao Paraíso Supremo, onde se concentrava a voz de Deus.
O líder dos arcanjos ajoelhou-se pedindo desculpas.

- Meu filho. Estás agindo igual aos humanos. Você não precisa me mostrar nada, não precisa mudar nada, apenas acreditar em mim!
- Mas pai...
- Você causou um grande estrago na terra por violar uma das minhas leis. – a voz de Deus interveio.
- Então significa que serei castigado?- Michael ficou incrédulo, jamais poderia pensar que fosse tão...
- Não, meu filho! Apesar de tirar a vida deles, você só quis saber a verdade.
- Eu queria lutar por ti novamente. – falou pausadamente. E prosseguiu: - Pensei que fosse o ato do Apocalipse!
- Eu falei que você não deveria se preocupar. Não deveria tomar tal decisão, porque eu mantenho controle sobre tudo. – retrucou generosamente.
- Pai, eu aprendi a lição. Obrigado por me perdoar! Nunca mais tomarei essas decisões precipitadas, pois agora o entendo.

O sorriso audacioso veio de Deus extremamente satisfeito por não ter punido seu filho e sim por fazê-lo compreender que não podemos adivinhar o que vem pela frente, apenas o único e bom Deus sabe o que vai acontecer...

De volta ao jardim de Éden, Michael encontrou-se com Gabriel.

- Aconteceu alguma coisa meu irmão? Qual o motivo de tanta alegria? – Gabriel deu um leve sorriso, pois havia sentido a alegria de Michael novamente.
- Eu estava errado. Desobedeci ao pai, mas descobri que não posso fazer as coisas por mim mesmo, pois nosso pai sabe o que faz.
- Não podemos sair daqui, se sairmos causaremos um grande impacto na Terra e acho que você ficou tão preocupado com os seus pensamentos que acabou esquecendo.
- Ele me perdoou mesmo depois de destruir casas, matar milhares de pessoas...
- Como você mesmo disse, não dá para entender o nosso pai. Mas acho que ele nos compreende por ser o “DEUS” de todos nós!!!

Um comentário:

  1. Excelente conto! Meus parabéns Vinícius, por esta maravilhosa contribuição à literatura nacional... E que venha o PORTAL DAS TREVAS!
    Abraços!

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